Sabemos que o ser humano é um ser social, portanto está sempre em busca de manter boas relações com o próximo. E essa socialidade é um privilégio evolutivo. Afinal, nossos antepassados também perceberam que precisavam viver juntos.
O encontro e as relações são enriquecedores: a vida em grupo que nos permite crescimento, proporciona conforto em momentos delicados e aponta as oportunidades para o crescimento. Cultivar as relações afetivas é uma necessidade para o bem-estar como um todo. E, para envelhecer com saúde é necessário ter boas relações de convivência.
As relações sob a ótica da ciência
Inúmeras pesquisas mostram a relação entre relacionamentos saudáveis com aumento da felicidade, saúde e longevidade. Segundo o artigo The Harvard Gazette, em décadas de estudo, os pesquisadores de Havard identificaram entre os participantes uma “forte correlação entre uma vida próspera e as relações com familiares, amigos e a comunidade."
Por exemplo, um alto nível de realização pessoal com os relacionamentos “era um indicador melhor de boa saúde física do que os níveis de colesterol” aos 50 anos de idade. E, além disso, os laços fortes são sinais mais significativos “de uma vida longa e feliz do que classe social, QI ou mesmo genes", relata a matéria.
Mas não é qualquer relação que está em jogo. Em entrevista à revista FastCompany, Robert Waldinger, psiquiatra e diretor do Harvard Study of Adult Development, que reúne dois estudos sobre o tema, relata que "o que importa é a qualidade dos relacionamentos próximos".
Portanto, não basta ter um grande círculo de amizades, é necessário desenvolver uma relação de confiança mútua com eles e cultivar essas relações para que elas permaneçam em sua vida.
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A importância das interações sociais no cotidiano
Waldinger reconhece ainda a importância daquilo que conhecemos como “relações casuais”, ou seja, as pequenas conversas com os atendentes nos estabelecimentos, com o caixa do supermercado, o porteiro ou balconista da farmácia: “são interações que nos localizam socialmente, que nos dizem: “eu vejo você, eu reconheço você’”.
Para ele, “temos que nos aproximar, fazer a ponte na direção daqueles com quem desejamos nos conectar. Precisamos desenvolver nossa aptidão social”, ressalta em resposta a Laura Carstensen, diretora do Centro de Longevidade de Stanford, durante o Century Summit 2022, evento dedicado a discutir as melhores práticas para um envelhecimento saudável e ativo.
Convivência é um processo contínuo
Desde o nascimento estabelecemos vínculos. Inicialmente, com o nosso ambiente familiar, e, com o passar dos anos, novas relações surgem em ambientes diversificados: comunidade, escola, faculdade, local de trabalho e até aqueles lugares que frequentamos para atividades em grupos são importantes para a construção e fortalecimento das nossas conexões sociais.
Conviver é buscar harmonia nas relações, embora exista diferentes personalidades, pontos de vista e visões de mundo ao nosso redor. Embora o relacionamento entre os seres humanos seja complexo em alguns momentos, as relações satisfatórias nos conferem a força e resiliência necessária para encarar os desafios.
As amizades são uma excelente forma de amenizar o estresse do dia a dia, além de auxiliar na adoção da prática de hábitos saudáveis. Portanto, vale a pena toda dedicação para cultivar os bons relacionamentos, afinal, a convivência é um dos pilares essenciais para o nosso bem-estar e nos conduz a uma vida mais longeva.
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