Com o passar dos anos, o corpo começa a perder naturalmente massa muscular e força. Algo comum aos idosos, esse é um processo que começa quando estamos ali perto dos nossos 30 anos. O nome dessa condição é sarcopenia.
É um processo natural, sim, mas que pode ser retardado quando passamos a adotar hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos.
Em um artigo publicado no site The Conversation, Roger Fielding, cientista sênior da Tufts University, mostrou que os efeitos da sarcopenia não estão restritos apenas às quedas, a terceira causa de mortalidade entre os brasileiros com mais de 65 anos em 2019.
“A sarcopenia também pode levar ao isolamento social resultante das quedas, o que pode ter uma cascata de consequências negativas para a saúde dos idosos. Este é mais um exemplo da devastação causada pela pandemia”, escreveu o cientista, lembrando que as restrições de mobilidade atingiram em cheio uma parcela da população que, de uma hora para outra, não pode mais sair de casa para fazer as atividades físicas que estavam acostumados a fazer.
A perda de massa muscular leva à incapacidade de realizar atividades diárias, que restringem a capacidade de viver plenamente. A condição, diz o cientista, está associada a inflamação, resistência à insulina, redução da testosterona e estrogênio, doenças crônicas, cardíacas e pulmonares.
Alimentação saudável e exercícios físicos contra a sarcopenia
A prática diária de exercícios – principalmente os de resistência e força – ajuda a retardar os sintomas da sarcopenia. Um estudo da Victoria University, na Austrália, mostrou, por exemplo, que a caminhada, combinada com o treinamento de força de baixa intensidade, reduz o risco de deficiência motora em adultos acima dos 70 anos.
Esses benefícios foram sentidos por pessoas que eram, até então, sedentárias. O estudo mostrou que os participantes que não se exercitavam por mais de 20 minutos por semana foram os que mais viram benefícios depois de incluírem, na rotina semanal, mais de 48 minutos de atividades físicas.
Além disso, outro estudo observou que a ingestão de proteínas tem influência sobre a perda muscular. Pessoas que consumiam 92,2 gramas por dia diminuíram em 30% o risco de apresentar alguma fraqueza em comparação a quem ingeria apenas 64,4 gramas diárias. Fielding pondera que ainda são necessárias mais pesquisas para definir o papel da ingestão de proteína e outros nutrientes no “combate” à sarcopenia.
Que tal começar agora a adotar hábitos saudáveis para que, lá na frente, você continue capaz de realizar atividades para seguir ativo e independente?