Além de fazer bem para o corpo no presente, os exercícios aeróbicos podem estender a nossa longevidade. Uma nova pesquisa mostra que atividades como corrida, caminhada e treinos intervalados rejuvenescem nossas células, um efeito que não foi observado na musculação, informa um artigo do The New York Times (conteúdo aqui, em inglês).
Até agora, a ciência tem mostrado que quem faz exercícios em geral envelhece de maneira mais saudável, em boa forma e com menor risco de desenvolver doenças em comparação com quem é sedentário. O que faltava era saber como isso contribui para manter a juventude em nível molecular.
A intensidade do exercício pode ser o segredo para fortalecer os telômeros, estruturas responsáveis pelo envelhecimento das nossas células
Alguns estudos já haviam mostrado que fazer atividades físicas altera o funcionamento de vários genes, do sistema imunológico e da reparação dos músculos. E que seu efeito mais benéfico é percebido na ponta dos nossos cromossomos, nos telômeros - são eles que protegem nosso DNA de danos quando as células se dividem, e tendem a encurtar quando envelhecemos, até um ponto em que não conseguem mais proteger o DNA, então a célula fica frágil e inativa ou morre.
Nesse novo estudo, ao avaliar 124 homens e mulheres de meia idade, os pesquisadores descobriram que as pessoas que fizeram exercícios aeróbicos tinham telômeros mais compridos nos glóbulos brancos, o que não aconteceu com quem levantava peso.
A diferença pode ter a ver com a intensidade da atividade, explica o cardiologista Christian Werner, autor do estudo. "Apesar dos exercícios com peso serem extenuantes, a pulsação média ficava muito abaixo da registrada na corrida", explica. O fluxo sanguíneo mais leve causa uma menor resposta fisiológica das veias. Outra diferença é que nos treinos com peso as pessoas produziram menos óxido nítrico, que contribui para estender os telômeros.
Esses resultados, porém, não significam que levantar peso não traz benefícios ao envelhecimento. Como os demais exercícios, melhora a forma física, o que é um indicador importante de longevidade. Para Werner, a mensagem desse novo estudo é a de que qualquer tipo de exercício pode mudar a maneira como envelhecemos, mesmo se começarmos na meia idade. "Não é tarde para manter suas células jovens", diz.
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