O conceito de lifelong learning indica que o aprendizado (learning em inglês) deve durar toda a vida (lifelong, em inglês). No curso de vida “padrão”, o aprendizado fica restrito entre a infância e o início da vida adulta, e termina depois de se obter o diploma de ensino superior. Mas o que se tem visto é que a educação formal tem, aos poucos, extrapolado esses limites.
Ou seja, o tempo destinado ao aprender tem se estendido conforme os anos avançam. Cursos livres, especializações, mestrados e doutorados fazem parte dessa “régua de ensino”. Há também aquelas pessoas que têm optado por fazer uma segunda (ou terceira) graduação ou realizar um sonho antigo de ter um diploma universitário. É um movimento que tem ganhado cada vez mais adeptos.
Dados do Censo de Educação Superior de 2019, publicados pelo jornal O Globo, mostram que 27 mil idosos faziam um curso universitário no Brasil naquele ano. Isso significa um aumento de 48% de alunos com mais de 60 anos se comparado com o mesmo censo de 2015.
São pessoas que buscam realizar um sonho antigo ou tentar uma mudança de carreira na segunda metade da vida.
O jornal O Globo trouxe o exemplo de uma mulher de 62 anos que, após o divórcio e com os três filhos criados, resolveu cursar História e retomar um projeto feito na juventude. Há também o caso do pai que voltou a frequentar a universidade depois dos 60 anos para finalizar o curso de Letras e que tem como colega de faculdade (mas em outro curso) a filha.
“Essas pessoas, quando envelhecem, começam a estudar pensando nesse propósito, nesse projeto. Algo que estava sublimado porque precisavam ganhar a vida e reaparece quando se aposentam”, disse ao Globo a antropóloga Mirian Goldenberg.
Os benefícios do aprendizado constante
A matéria do jornal traz a informação de que estudos apontam que esse ato de se manter em constante contato com o aprendizado contribui para a manutenção dos índices de satisfação com a vida e de sentimentos positivos.
“Sabemos que na velhice o investimento para o processo de aprendizagem precisa ser diário e intenso”, disse ao Globo Meire Cachioni, coordenadora do programa USP 60+, da Escola de Artes, Ciência e Humanidades. “Idosos que estudam relatam uma mudança na imagem social. Eles se valorizam mais”, diz a especialista.
O blog do Centro Universitário Ages, da Bahia, lista os seguintes benefícios da volta aos estudos para a população longeva:
- aumento do círculo social;
- manutenção da mente e do corpo ativos;
- desenvolvimento de novas habilidades e competências;
- possibilidade de trocas intergeracionais com colegas de classe e professores.